domingo, 14 de fevereiro de 2010

La Bonté Qui Tue - Parte 1

Era dado o ano de 1736, e a cidade de Charnoy vivia seu crescimento quase ininterrupto, devido à sua importância para a colônia espanhola (que detinha os domínios da cidade belga), e por ser um importante caminho que cortava os Países Baixos, às margens do rio Sambre.

Em toda sua movimentação havia um jovem sapateiro chamado Françoise-Patrick Clément. Era um jovem sem nenhuma beleza, mas nada assustador. Tinha quase todos os dentes, o que para sua classe era algo de grande orgulho. Era de estatura média, braços longos e finos, acompanhando o corpo magro, com cabelos curtos e negros, e olhos acinzentados.

Trabalhava com senhor Jérôme Cordonnier, sapateiro com preços populares, que tinha em seus calçados a credibilidade de uma boa duração, apesar de não primar muito pela estética, o que limitava seus clientes aos mais populares. Criava Françoise-Patrick desde os seus sete anos, quando sua mãe, uma viajante, morreu de pneumonia. Solidário ao garoto que chorava no chafariz com a mãe no colo, Sr. Cordonnier decidiu, juntamente com sua esposa Catherine, cuidar do menino – já que não podiam ter filhos.

Clément era um bom sapateiro. Nada excepcional, mas competente e esforçado, e suas mãos calejadas atestavam isso. Todos os trabalhadores da rue de la Montagne sabiam disso, afinal, trabalhara desde os oito anos na sapataria do Sr. Cordonnier – e, portanto, quinze anos trabalhando na rua mais movimentada de Charnoy.

A gratidão fazia parte da sua história, mas ela talvez tenha sido a desenvolvedora de um atributo de sua personalidade que lhe seria característico e reconhecido por todos: a sua bondade. E ela foi a causa de toda desgraça de Clément...

3 comentários:

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  2. Fico muito feliz de ter o meu Vassourado Preferido que sabe brincar com as palavras de forma tão fabulosa de volta. É um colírio para os meus olhos poder ler as estórias do Dudu.Um colírio e um enorme prazer.

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  3. quero a parte 3...vc bem sabe que os leitores são famintos por novas palavras né...rs

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